Este Blog foi feito com o objetivo de, divulgar a equipe Manacá, além de proporcionar uma boa leitura através da exposição dos assuntos literários estudados por nós ao decorrer do ano letivo de 2009. Esperamos que gostem do nosso blog e desde já contamos com o apoio e a torcida de todos no dia 11 de setembro de 2009 na 8ª Gincana Literária do Colégio Monteiro Lobato.

sábado, 25 de julho de 2009

Boca do Inferno - Ana Miranda




Tipo de romance – É um romance histórico, já, que a narrativa é ambientada na Bahia colonial, no século XVII (1863), durante o governo militar de Antônio de Souza Menezes (Braço de Prata).

• Narrador – O romance é narrado em terceira pessoa onisciente, através de uma voz única que se entrecruza com a consciência num dialogo textual entre a história e a ficção.

• Linguagem – Percebem-se uns relatos refinados, consistentes, em que predomina o poder das palavras, ora de Vieira, ora de Gregório. Além das retomadas históricas, estilísticas, sintáticas e lexicais. Ana Miranda abusa da persuasão e do envolvimento, conseguindo através da verossimilhança, da cuidadosa descrição da tumultuada cidade da Bahia. Nessa mistura de discursos históricos versus ficcional.

Personagens

• Gregório de Matos

Poeta satírico advogava na Bahia, fez promessa de casar-se com Maria Berco, mas acabou casando com uma negra, viúva, Maria dos Povos, com a qual teve um filho, Gonçalo. Frequentava bordeis, é jurado de morte por Antônio Luiz da Câmara Coutinho, alvo de criticas do poeta. É preso e expatriado para Angola, consegue o perdão, mas não pode regressar à Bahia. Passa a viver em Pernambuco, proibido de escrever suas sátiras. Morre em 1695, com 59 anos.

• Padre Antônio Vieira

Defendeu os índios, envolveu-se em questões políticas, escreveu sermões e cartas que atacava o clero brasileiro e políticos, revelando a seus fieis contradições sociais, até 1698. Morreu cego e quase surdo.

• Bernardo Ravasco

Secretário, pai de Gonçalo e Bernadina e irmão do Padre Vieira, foi acusado pela morte do alcaide Francisco Teles de Menezes, mas em 1687 recebe absolvição do crime. Deixa o livro “Descrição topográfica, civil e militar da Bahia”, nunca fora encontrado. E como era de costume foi substituído pelo filho Gonçalo Ravasco Cavalcante.

• Gonçalo Ravasco

Substitui o pai, Bernardo, após sua morte e foi um excelente secretário. Ao lado de Gregório de Matos e muitos outros, buscou pela liberdade de seu pai e dos demais amigos.

• Maria Berco

Em um primeiro momento, dama de companhia de Bernadina Ravasco e esposa de João Berco, que a comprara de seu pai e a tira de um orfanato. Passa, em um segundo momento, depois de vários acontecimentos, a ser rica, porem deformada. Rejeita muitas propostas de casamentos, na espera do poeta Gregório de Matos, o Boca do Inferno.

• Antonio de Souza Menezes

Depois de ter perdido um dos braços e passar a usar uma prótese feita de ferro, fica conhecido como “Braço de Prata”. Governador da Bahia. Mata, que era seu “braço direito” o acompanha, fielmente, em varias ações.

• Bernadina Ravasco

Filha de Bernardo Rasvaco é presa, na tentativa de intimidar seus familiares a se entregarem. Possuía,assim como o pai, uma saúde muito frágil.

• Anica de Melo

Cafetina apaixonada pelo poeta Gregório e o abrigava em sua taberna quando era preciso. Morreu afogada a poucas léguas de Gregório, porém ele nunca soube desse fato.

• A cidade da Bahia
Cenário do pecado e do prazer. Encantadora, cresceu, modificou-se e sempre será lembrada como a cidade do Boca do Inferno.

• Outros:

Antônio de Brito(matou o alcaide-mor Francisco Teles de Menezes); Antonio de Teles de Menezes(irmão do alcaide morto); Samuel da Fonseca; Luiz Bonicho; João de Araújo Góis; Padre José Soares; Donato Serotino(mestre de esgrima de confiança do governador, mas deixa de ser depois que tenta o matar.).

Resumo

Este é um romance escrito em 3ª pessoa e dividido em A Cidade, A Vingança, A Devassa, A queda e o Destino, passado no século XVII (1863), na Bahia colonial, durante o governo tirânico do militar Antônio de Souza de Menezes, apelidado de Braço de prata, por usar uma peça deste metal no lugar do braço (perdido numa batalha naval contra os invasores holandeses). A ação se passa em Salvador. Nessa cidade de desmandos devassidão, desenrola-se a trama de Boca do inferno, recriação de uma época turbulenta centrada na feroz luta pelo poder entre o governador Antônio de Souza de Menezes, o temível Braço de prata, e a facção liderada por Bernardo Vieira Ravasco, da qual faziam parte o padre Antônio Vieira e o poeta Gregório de Matos. Note-se a linguagem histórica, com expressões chulas (vulgares) uma referencia à sátira mordaz do poeta Gregório de Matos.

A Cidade

Descrição da Bahia do século XVII – imagem de um paraíso natural, mas onde os demônios aliciavam almas para proverem o inferno – há também a apresentação do poeta sátiro Gregório o Boca do Inferno, de estilo barroco.

O Crime

Francisco Teles de Menezes é emboscado por oito homens encapuzados, tendo sua mão arrancada do braço e é morto por Antônio de Brito. O motivo se deu por perseguição política – estarão envolvidos no crime: Ravasco, irmão do padre Vieira e Moura Rolin, primo de Gregório.
Os homens fogem para o Colégio dos Jesuítas, mas o governador da Bahia – Antônio de Souza Menezes, O Braço de Prata, será avisado e começará uma terrível perseguição contra todos os envolvidos.

A Vingança

Antônio de Brito será torturado e delatará os envolvidos – Vieira será perseguido - mas por representar a igreja e o poder papal, o governador releva, mas quer o irmão Bernardo Ravasco preso e destituído do cargo de Secretário do Estado. Ao tentar proteger a filha Bernardina Ravasco, Gregório conhecer Maria Berco, que será presa ao saber que ela possuía a mão e o anel Alcaide ( o anel será penhorado). São confiscados de Bernardo documentos escritos e os poemas de Gregório. Bernardina é presa para pressionar Ravasco a se entregar.


A Devassa

Rocha Pita é nomeado o desembargador para investigar a morte do Alcaide. Palma, também desembargador, nega a vingança planejada pelo governador e por falta de provas, exige a soltura dos envolvidos, mas, para soltar Maria Berco, Gregório teria que pagar uma fiança de 600 mil réis.

A Queda

Bernardina libertado e expatriado. O governador é destituído do cargo e o Marquêz de Minas é nomeado para substituí-lo, retistuir o cargo de secretario a Bernardo Ravasco e apresentar imediatamente ao Rei de Portugal. Mesmo assim sai do Brasil com muitas riquezas. O próximo governador, Antônio Luis da Câmara Coutinho, também será satirizado pelo poeta Gregório que terá sua morte encomendada, mas só o próximo governador, João de Lancastre, é que conseguirá prende-lo e expatriá-lo para Angola, volta mais tarde para Pernambuco, mas será proibido de escrever suas sátiras. Volta a advogar e morre em 1695, aos 59 anos.

O Destino

Padre Vieira lutará por justiça social através de seus sermões, morre cego e surdo em 1697. Bernardo Ravasco recebe sentença favorável ao crime contra o Alcaide e é substituído pelo filho Gonçalo Ravasco. Maria Berco ficará rica, mas deformada, rejeita pedidos de casamento à espera do poeta Gregório, que casa com uma negra viúva, Maria de Povos, mas não se afasta da vida devassidão pelos bordeis da cidade. A cidade da Bahia cresceu, modificou-se o cenário de prazer e pecado da cidade onde viveu o poeta Boca do Inferno.



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